Na década de 1940, o cenário político brasileiro estava em meio a mudanças significativas devido aos acontecimentos internacionais pré-Segunda Guerra Mundial. Apesar de neutro durante os primeiros anos do conflito, houve pressões por parte dos Aliados para que o país se unisse às suas forças armadas na luta contra as potências do Eixo (Alemanha, Itália e Japão).
O interesse estadunidense no envolvimento brasileiro era também motivado pela posição geográfica estratégica do Brasil, visto que o Atlântico Sul era uma importante rota marítima entre América e África durante a guerra.
Nesse contexto, o governo de Getúlio Vargas optou por se aliar aos Estados Unidos e entrar na guerra em agosto de 1942, após ataques de submarinos alemães a navios mercantes na costa brasileira.
Fundada em 1943, a Força Expedicionária Brasileira foi um grupo militar composto por aproximadamente 25 mil soldados do Exército e Aeronáutica brasileira que receberam treinamento dos Estados Unidos para atuar na Europa. Seus objetivos eram contribuir diretamente nas ofensivas dos Aliados contra as potências do Eixo e reafirmar a posição internacional do Brasil como aliado à causa democrática.
Sob o comando do Marechal Mascarenhas de Morais, a FEB atuou principalmente na Itália durante a guerra e destacou-se em diversas ações como:
A atuação da Força Expedicionária Brasileira é considerada um marco histórico para o país e representou uma mudança na percepção global do Brasil dentro do contexto político internacional.
Além da contribuição das tropas terrestres brasileiras na Segunda Guerra Mundial, também houve esforços na defesa costeira e na patrulha naval. Armadas com submarinos, as forças navais alemãs buscavam afundar navios mercantes que navegavam entre América e África. Dessa forma, autoridades brasileiras e estadunidenses colaboraram em conjunto para proteger rotas comerciais, assegurar a passagem segura de navios e minar os ataques submarinos inimigos.
Durante esse período, navios brasileiros foram responsáveis por:
Essas ações e estratégias contribuíram para reduzem as tentativas de ataques, garantindo maior segurança nas zonas costeiras e na passagem de navios comerciais pelo Atlântico Sul durante o conflito.
A participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial proporcionou um fortalecimento das relações entre Estados Unidos e Brasil. Através dos Acordos de Washington, firmados em 1942, o país sul-americano recebeu apoio econômico, militar e recursos para proteção da Amazônia. Em troca, cedeu territórios para a construção de bases militares estadunidenses no Nordeste brasileiro.
Além disso, houve uma expansão significativa da indústria brasileira através de acordos bilaterais que incluíam a venda de matérias-primas para os Estados Unidos, a criação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), a modernização da infraestrutura do país e diversas outras inovações tecnológicas aplicáveis às forças armadas brasileiras.
A cooperação estabelecida entre Brasil e Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial teve repercussões notáveis no período pós-guerra, quando foram fortalecidos laços políticos, econômicos e culturais entre ambos países. A colaboração entre as duas nações favoreceu a implementação de projetos que buscavam melhorar aspectos sociais como saúde, ciência, educação e tecnologia no Brasil. Além disso, o protagonismo internacional adquirido com a vitória dos Aliados assegurou ao país uma posição privilegiada na formação da agenda mundial do período pós-guerra.