O Período Regencial foi uma fase marcante na história política brasileira, ocorrida entre os anos de 1831 e 1840. Esse período compreendeu o intervalo entre a abdicação de Dom Pedro I ao trono e a coroação de seu filho, Dom Pedro II, que tinha apenas cinco anos quando tornou-se príncipe regente e deveria assumir a liderança do país quando atingisse a maioridade. Durante essa época, várias crises políticas, revoltas populares e disputas internas trouxeram importantes desafios para o desenvolvimento e a estabilidade da nação.
Como resultado da abdicação de Dom Pedro I, o governo brasileiro precisou encontrar uma solução rápida para evitar o vazio de poder. Assim, foi constituída a Assembléia Geral Constituinte, que instalou um regime de regência provisória. Inicialmente, esse governo foi comandado por três membros - conhecidos como Triunvirato -, mas logo adotou-se a Regência Uno, formada pelo príncipe regente Diogo Antônio Feijó.
A primeira fase do Período Regencial foi a Regência Trina Provisória, que iniciou em abril de 1831, quando Nicolau Pereira de Campos Vergueiro, José Joaquim Carneiro de Campos e Francisco de Lima e Silva foram nomeados para formar o triunvirato temporário.
Após decisão da Assembleia, em junho de 1831 foi instaurada a Regência Trina Permanente, agora composta por Costa Carvalho (Futuro Marquês de Monte Alegre), José da Costa Carvalho e João Bráulio Muniz. Durante o governo dessa regência, ocorreram diversas revoltas populares e medidas para tentar conter as tensões no país foram tomadas, como a criação da Guarda Nacional e a redução dos poderes do governo central.
A última fase do período foi marcada pela mudança de governo para Regências Une, sendo Diogo Feijó escolhido como primo ministro e Araújo Lima eleito para o Conselho de Estado e à chefia do Ministério do Império nos anos seguintes.
Nesse contexto, várias insatisfações começaram a emergir na política brasileira. O poder centralizado exercido pelas regências não era bem aceito por todos os setores da sociedade, e levou a uma série de revoltas e movimentos que expressavam diferentes demandas regionais. Entre esses eventos, destacam-se:
Diante do quadro caótico vivido durante o Período Regencial, alguns setores políticos começaram a considerar a possibilidade de antecipar a maioridade de Dom Pedro II como forma de trazer estabilidade ao país. Apesar da resistência por parte dos conservadores, a opinião pública e grande parte das elites clamavam pela assunção de um herdeiro legítimo ao trono brasileiro. Em julho de 1840, quando tinha apenas catorze anos, foi proclamada a maioridade de Dom Pedro II, encerrando assim o Período Regencial e dando início ao período do Segundo Reinado.
A despeito das inúmeras cenas de agitação política e socialque marcaram o Brasil durante o Período Regencial, é possível destacar alguns aspectos positivos desse tempo:
Por outro lado, os desafios enfrentados durante o Período Regencial lançaram bases para futuras transformações no país, como a necessidade de revisão do modelo político centralista, a questão dos movimentos abolicionistas e republicanos e o debate sobre o papel das províncias na esfera nacional. Assim, ainda que tenha sido um período curto, a fase regencial deixou marcas importantes na trajetória histórica e política brasileira.