No início do século XIX, um evento histórico marcou profundamente o território brasileiro: a chegada da família real portuguesa ao Brasil, liderada pelo rei D. João VI. A transferência da corte de nobres para o país sul-americano é geralmente atribuída ao contexto das Guerras Napoleônicas que ameaçaram a sobrevivência do império luso no continente europeu. Vamos recordar os acontecimentos e suas consequências neste artigo em que detalharemos alguns pontos essenciais.
Em 1807, após anos de guerras e tensões políticas entre a França napoleônica e Portugal, um ultimato foi enviado ao príncipe-regente D. João exigindo que Lisboa fechasse seus portos aos navios britânicos, aliados de longa data dos portugueses. No entanto, antes mesmo de tomar qualquer decisão, soube-se que as tropas francesas já estavam marchando em direção à capital lusa com intenções hostis em pleno processo de invasão.
D. João viu-se então sem alternativas senão executar um antigo plano que previa a transferência temporária da família real para o Brasil - uma medida drástica e nunca antes utilizada. Rapidamente, mais de dez mil pessoas, entre membros da família real, altos funcionários e servidores públicos, partiram na madrugada de 29 de novembro de 1807 em uma frota naval protegida pela marinha britânica. Este é o plano de transferência da família real portuguesa e do seu cortejo nobiliárquico.
Cerca de três meses após a partida de Lisboa, a frota com os representantes da coroa portuguesa chegou ao litoral brasileiro, desembarcando primeiramente em Salvador, antes de seguir para o Rio de Janeiro, onde se estabeleceria definitivamente.
Não havia palácios ou residências suntuosas preparadas para receber as autoridades e seus acompanhantes na cidade recém-elevada à capital do império luso-brasileiro. A solução encontrada foi solicitar que os habitantes locais abrigassem a nobreza portuguesa das melhores maneiras possíveis, sendo obrigados a “ceder a metade” ou até mesmo entregar toda a casa para ser ocupada pela corte. Já no campo das leis e instituições públicas, muitas entraram em vigor após a chegada da família real ao Brasil como o Banco do Brasil e a Biblioteca Nacional.
É difícil generalizar a reação de todos os brasileiros à presença e ocupação portuguesa, mas é possível discernir algumas correntes principais. De um lado, houve quem considerasse a chegada da família real e dos nobres como algo positivo, trazendo com eles civilização e prosperidade para a colônia. Por outro lado, houve aqueles que não gostaram da imposição dos costumes portugueses na vida cotidiana do Brasil, bem como as pressões econômicas adicionais pela manutenção da corte no Rio de Janeiro.
A presença da família real e da corte portuguesa no Brasil contribuiu significativamente para o processo de emancipação política do país, levando à independência . Além disso, foram implementadas mudanças consideráveis que influenciaram diretamente a sociedade brasileira.
Em resumo, a chegada da família real e da corte de nobres no Brasil foi um evento marcante na história do país e teve consequências duradouras nas áreas políticas e sociais. Ao longo deste artigo, refletimos sobre os aspectos culturais e legislativos trazidos ao Brasil pelas forças lusitanas e como isso preparou o terreno para o surgimento de uma nova nação soberana e independente: o Império do Brasil, já fundamentado com novas oportunidades de desenvolvimento.